domingo, 11 de setembro de 2011

Umberto Eco : História da Feiúra...





















O reputado semiólogo Umberto Eco possui uma produção intelectual notável. Recentemente, dele escutei uma intervenção na qual exprimiu as suas opiniões sobre o conceito de feiúra, sustentando que, na Idade Média, o inimigo era transformado em alguém feio. E que as mulheres feias facilmente eram tidas por bruxas. Mulheres belas e elegantes não corriam o risco de ir parar às fogueiras, estas estavam reservadas para as bruxas, que, nessa óptica específica, só poderiam ser feias e de inferior estatuto social. Eco invoca depois que, na Idade Contemporânea, os conceitos de Beleza e Feiúra se mesclam, dando o exemplo de Marilyn Monson como alguém que, em determinados círculos de apreciação estética, pode ser visto como indivíduo atraente. Por mim, por exemplo, considero totalmente desinteressante uma mulher com seios de silicone, mas reconheço que, para muitos homens, ainda um certo tipo de feminina voluptuosidade é aferido por padrões de grandes volumes de formas. Seja como for que se aprecie esta temática, fica a questão: o que é hoje esteticamente Belo e Feio? Qual a linha divisória que nos faz considerar alguém ou algo como contendo Beleza ou Feiúra? Ou não haverá linha divisória e poderemos apreciar simultâneamente uma pessoa ou um objecto como representando esses dois padrões, tão aparentemente distintos, mas porventura interligados?

2 comentários:

  1. É caso para dizer: "mudam-se os tempos mudam-se as vontades"...:-)Um texto muito interessante.

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  2. O Belo e o Feio hoje estão mais interligados,o ser humano foi-se tornando cada vez mais complexo e menos dicotómico,em domínios que,outrora, possuíam divisões conceptuais mais rígidas. Presentemente há muita maior " relativização" do pensamento e ainda bem.

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