quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Filosofia da Arte...
























"A arte diz o indizível, exprime o inexprimível, traduz o   intraduzível"

       Leonardo da Vinci

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Temática Filosófica da Morte...


















" A morte é uma tragédia solitária"
 Soren Kierkegaard

Penso que as reflexões sobre Morte e o Mal figuram nas mais relevantes temáticas filosóficas. O Homem, há milénios, vem questionado a possibilidade de a vida ser um " continuum" existencial, para além do momento da morte física. Uns acreditam que sim, outros descrêem de qualquer ontológica possibilidade de existir uma dimensão humana, etérea, que sobreviva à morte física, e que se traduza na nossa consciência, mente ou natureza espiritual, imperecíveis. No entanto, a visão niilista de Kierkegaard só prevalecerá na ausência de convicção sobre a perpetuidade da existência, para além do momento das nossas físicas desagregações...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

José Gil e o Medo de Existir...





















"Hesitei muito antes de o publicar. Decidi  fazê-lo, porque
acho que estas coisas devem dizer-se publicamente, e não apenas em
circuitos fechados, como habitualmente. E também porque penso ter
encontrado um fio condutor, que dá unidade a tudo o que afirmo"

José Gil sobre " Portugal Hoje- O Medo de Existir"  

José Gil, filósofo português, tem sido extremamente cáustico na ênfase sobre as características dominantes do comportamento português: O Medo e a Inveja.

Não é fácil lermos algo de desprimoroso sobre o nosso próprio país, porém, embora descontando os erros de análise que possam decorrer da deriva generalizante de José Gil, por mim aprecio pessoas cáusticas mas justas.

E  José Gil teve o arrojo intelectual de não emparceirar nas vozes delicodoces do " políticamente correcto", para poder destacar as características mais perniciosas, segundo ele, do nosso renitente atavismo.

Afinal, há quantos anos permanecemos numa constante letargia económica e social, essa sim bem mais cáustica e impactante do que a rudeza analítica de José Gil ?...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Boaventura Sousa Santos:Ciência e Senso Comum...

 



















" O conhecimento científico pós- moderno só se realiza enquanto tal na medida em que se converte em senso comum" ( Boaventura Sousa Santos, " Um Discurso Sobre As Ciências", Afrontamento, página 57)

Esta é, sem dúvida, uma tese muito arrojada e polémica de Boaventura Sousa Santos, de que, confessadamente, não partilho. Grandes aquisições científicas foram e continuam a ocorrer contra o que comumente designamos por " senso comum". Esta forma de conhecimento mais vulgar descreve as convicções e proposições que aparecem como normais, sem dependerem de uma investigação detalhada para se alcançar verdades mais profundas como as científicas. Enquanto Galileu e Copérnico não tinham demonstrado a veracidade científica da teoria heliocêntrica, a Terra era, para o " senso comum", o centro do Universo e " obviamente" plana, o Universo seria " evidentemente" fechado e o topo da abóbada celeste o lugar onde Deus e os anjos residiriam. O " senso comum" não consegue discernir que não é possível captarmos o momento presente de uma onda a desfazer-se no areal de uma praia, dada a distância temporal que medeia entre a ocorrência desse acontecimento e a captação do mesmo pelo nosso cérebro. Mas , através do " senso comum", sabemos não ser prudente percorrermos uma floresta, em noite de trovoada, com adereços de metal no nosso corpo. No entanto, o " senso comum" não consegue equacionar que a energia total do Universo seja igual a zero, que a Terra gire à volta do Sol a 100.000 km/ hora, ou que o elétron possa ocupar simultâneamente mais do que uma dimensão espacial e temporal, como alguns físicos quânticos já admitem. Por isso, não antevejo como o conhecimento cientifico pós - moderno só se realize, enquanto tal, na medida em que se converta em senso comum, como postula Boaventura Sousa Santos, mormente porque o grau de sofisticação, em certas áreas científicas, é de tal forma complexo e intrincado que essa conversão em " senso comum" seria completamente inviável e inacessível...

Edgar Morin: A Ilusão e o Erro Humanos...















Edgar Morin é considerado um dos mais conceituados pensadores contemporâneos. No seu livro " Os sete saberes necessários à educação do futuro", ele atribui um especial destaque ao erro e à ilusão como elementos fundamentais do processo de aprendizagem.E enfoca-os no primeiro nível do saber, conferindo à ilusão, ao sonho, ao mundo psíquico, um especial papel na  configuração das nossas motivações para a aquisição do Conhecimento. Foi, aliás, a partir desse mecanismo de ideação que Einstein acabou por desenvolver a sua Teoria da Relatividade: quando, ainda criança, sonhou que viajara num raio de luz. Mais tarde, já com acrescida bagagem científica, verificou que,se fosse possível viajar a uma velocidade elevada, toda a nossa percepção do mundo se alteraria. Einstein nunca poderia cavalgar um raio de luz, dado o limite físico da sua intransponibilidade, mas, foi a partir desse sonho juvenil, que ele conseguiu transpor os supostos limites da física newtoniana, Einstein, contudo, cometeu um erro grave, quando, por via da introdução da forçada equação da " constante cosmológica", concebera um universo estático, que a verificação experimental de Hubble veio desmentir. Mas, se não tivesse sido a ilusão einsteiniana de pretender cavalgar um raio de luz, poderíamos ainda hoje conceber um tempo e espaço objectivamente separados e dar falsamente por adquirida uma visão menos grandiloquente e mágica da estrutura do Universo...