sábado, 30 de julho de 2011

Receita Para Um Poema Dadaísta...

 














Pegue num jornal
Pegue na tesoura
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu poema
Recorte o artigo
Recorte com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco
Agite suavemente
Tire em seguida cada pedaço um após outro
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco
O poema se parecerá com você
E ei-lo um escitor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa ainda que incompreendido do público

Tristan Tzara

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Damien Hirst : Supercriativo ou Plagiador ?





















 O Sunday Times calculou a  fortuna do artista britânico Damien Hirst, o mais proeminente representante dos Young Bristish Artists  em cerca 261 milhões de euros e as suas obras são normalmente avaliadas a preços só acessíveis a abastados magnatas.
    
"O seu trabalho mais icónico e polémico, The Physical Impossibility Of Death In the Mind Of Someone Living (Impossibilidade física da morte na mente de alguém vivo), um enorme tubarão tigre numa vitrina cheia de formaldeído, foi vendido em 2004 como a segunda obra mais cara de um artista em vida (depois de Jasper Johns), rondando os dez milhões de dólares. Em Agosto de 2007, este escultor vendeu por cem milhões de dólares, a obra 'Pelo amor de Deus', que consiste num crânio com mais de oito mil diamantes incrustados. O montante desta transacção é o mais alto pago até à data por uma obra de um artista vivo.

 A obra que dele publico intitula-se "Innocence Lost" e, provavelmente, valerá também um altíssimo montante mercantilista.

Quanto ao mérito intrínseco da sua obra, deixo ao critério avaliador de cada um julgá-la como entender.

Damien Hirst tem vindo a ser sistematicamente acusado de plagiar diversos trabalhos, como consta no texto de Charles Thomson, " The Art Damien Hirst Stole- a arte que Damien Hirst roubou.

Independentemente da veracidade ou falsidade dessa acusação,porém, também desta má fama, o polémico artista britânico não se livra.              

A Pop Art de Andy Warhol...

 



















 Andy Warhol, aprecie-se ou não a sua estética, tornou-se um dos nomes mais sonantes da chamada arte vanguardista. E as suas obras alcançaram os mais elevados patamares mercantilistas. No entanto, o crítico de arte australiano Robert Hughes chegou a proferir uma avaliação muito depreciativa da obra de Andy Warhol:


"Warhol foi uma das pessoas mais chatas que já conheci, pois era do tipo que não tinha nada a dizer. Sua obra também não me toca. Ele até produziu coisas relevantes no começo dos anos 60. Mas, no geral, não tenho dúvidas de que é a reputação mais ridiculamente superestimada do século XX"

Como quer que se avalie o mérito intrínseco dos trabalhos de Warhol, a verdade é esta:
Nunca nenhum artista moderno, como ele, almejou colocar as suas obras nos níveis mais elevados de valorização económica.

E a questão volta a ser esta: porquê ?

A " Fonte" de Marchel Duchamp...






















O urinol, intitulado " a Fonte", de Marchel Duchamp ( 28/7/1887 - 2/10/1968), considerado uma das peças mais importantes do Dadaísmo  foi avaliada, em 2006, como obra de arte, pelo mercantilizável valor de 3 milhões de euros.        

"A Fonte, obra que fez repercutir o nome de Duchamp ao redor do mundo - especialmente depois de sua morte -, está baseada nesse conceito de ready made: pensada inicialmente por Duchamp (que enviou-a com a assinatura "R. Mutt" -fábrica que produziu o urinol-, lida ao lado da peça) para figurar entre as obras a serem julgadas para um concurso de arte promovido nos Estados Unidos, a escultura foi rejeitada pelo júri, uma vez que, na avaliação deste, não havia nela nenhum sinal de labor artístico. Com efeito, trata-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de construção e assim mesmo enviado ao júri, entretanto, a despeito do gesto iconoclasta de Duchamp, há quem veja nas formas do urinol uma semelhança com as formas femininas, de modo que se pode ensaiar uma explicação psicanalítica, quando se tem em mente o membro masculino lançando urina sobre a forma feminina" ( citação extraída da Wikipédia)

Não aprecio tentativas de explicações rebuscadas como elementos de mediação de uma verdadeira Obra de Arte, e, por isso, não acompanho as considerações artificiosas de quem se exercite nesse tipo de elucubrações.

A " Fonte" de Marchel Duchamp aí está para ser apreciada ou depreciada, conforme o mérito ou demérito da sua intrínseca valia.No entanto, não é todos os dias que se pode contemplar um urinol de três milhões de euros.

Mas tanto valor economicista porquê ?

A Estética do Suprematismo...





















 Kasemir Malevich foi o autor da obra que aqui edito. Fundador do " Suprematismo", apelando para a Supremacia do Sentimento,na elaboração de trabalhos artísticos, quando Malevich apresentou o seu quadrado negro sobre fundo branco, afirmou:"eu sentia apenas noite dentro de mim, e foi então que concebi a nova arte, que chamei Suprematismo."
E aqui que dizer, perante o visionamento dessa pintura: Obra de Arte ou nem por isso ?

O Movimento Estético "De Stijl»





















 O movimento estético " De Stijl" surgiu na sequência das posições assumidas pelos pintores Theo Van Doesburg e Piet Mondrian, articuladas pela revista com o referido nome.
Esse movimento visou trabalhos de estrutura radicalmente abstracta, assentes predominantemente na fórmula- matriz do ângulo recto e das três cores primárias, completadas pelo preto, branco e cinzento, como instrumentos marcantes de composição.
O quadro que publico juntamente com este texto é um dos mais conhecidos de Piet Mondrian.

Obra de Arte ou pintura vulgar ? E quanto ao seu valor mercantilista, como aferi-lo pelos critérios da correcta avaliação económica ? Que linhas de composição social se cruzam nesta dinâmica rentabilista da Arte´?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A Estética Neoplástica...





















Em que termos, de específica avaliação pecuniária, uma determinada obra artística pode alcançar um concreto valor mercantil , cogitei em texto anterior.

Na busca dessa solução interpretativa, socorro-me, nomeadamente, da pintura abstracta que agora publico.

Qual o seu autor ? Que concreto valor económico essa pintura obteria ?
Essa pintura é da autoria de Theo Van Doesburg, artista holandês  ( 30/8/1883 - 7/3/1931), representante da escola do Neoplasticismo e um dos fundadores da De Stijl, corrente estética que explicitarei no texto seguinte.

Por ora, limito-me a deixar esta questão à consideração de quem, sobre ela, desejar pronunciar-se: qual o valor artístico intrínseco da referida pintura de Van Doesburg ? Que valor pecuniário, como produto mercantilizável, a mesma poderia alcançar ?



quarta-feira, 27 de julho de 2011

Aristófanes e a Greve do Sexo...
















Aristófanes ( 447 a.c - 385 a.c. ), dramaturgo grego, é considerado o maior representante da Comédia Antiga.

Na época em que " Lisístrata" foi escrita, Atenas atravessava um período difícil de sua história. Abandonados por seus aliados, os atenienses tinham ao redor das muralhas de suas cidades as tropas de Esparta. Essa luta fratricida enfraquecia a Grécia, pondo-a à mercê dos Persas e Medos. A peça de Aristófanes, faz uma crítica severa a essa guerra, envolvendo as mulheres das cidades gregas na Guerra de Peloponeso. Lideradas pela ateniense Lisístrata, decidem instituir uma greve de sexo até que os seus maridos parem a luta e estabeleçam a paz. No final, graças às mulheres, as duas cidades celebram finalmente a harmonia reinante.

A comédia é verdadeiramente deliciosa e escrita num estilo extremamente cativante.

Será que, descontada a devida ironia, essa estratégia pacifista daria hoje resultados positivos na extinção dos mais diversos conflitos? 

Tentar não custa...

domingo, 24 de julho de 2011

Iman Maleki...




Pintor iraniano, mestre do hiper-realismo, que imensamente aprecio.

sábado, 23 de julho de 2011

Arte Oriental...

O Enigma da Obra de Arte...













 No meu anterior texto " Sociologia da Arte " equacionei "quais os elementos de configuração social que atribuem a uma determinada obra artística um concreto valor mercantil, tendo em conta a comparação relativa que se pode sempre estabelecer com outras obras artísticas. merecedoras de uma avaliação de estética superior, mas com valoração de mercadoria económica manifestamente inferior ?
Esta questão remete-nos para uma reflexão cuidadosa das determinantes sociais e economicistas da Obra de Arte, que tenciono oportunamente desenvolver". Mas antes de tentar opinar sobre esta questão específica, gostaria de ponderar sobre a definição do conceito de obra de arte, a partir da seguinte reflexão: quando é que uma certa obra artística se pode considerar ter alcançado o patamar superior de uma verdadeira obra de arte ? Será que as pinturas-sapatos de Van Gogh, que ilustram este texto são todas elas obras de arte ou " apenas" muito boas imagens pictóricas ? E porquê, qualquer que seja a resposta que entendamos perfilhar àcerca desta questão ? Para mim, olhando para essas excepcionais pinturas, não tenho dúvidas em considerá-las todas como obras de arte.Mas qual o critério concreto da minha aferição que assim me possibilita considerá-las ? O filósofo Martin Heidegger, no seu livro " A Origem da Obra de Arte" enfatizou que a obra de arte constituía um " acontecimento de verdade", sustentando o seguinte entendimento: " tentamos dar alguns passos ao pormos a questão àcerca da obra de arte. Trata-se de pôr à prova o carácter da obra da obra. Aquilo que a palavra origem quer dizer é pensado a partir da essência da verdade". E depois, Heidegger emite uma frase lapidarmente assertiva: " a tarefa consiste em ver o enigma", da obra de arte. Mas que verdade concreta poderia caracterizar a arte como um evento de verdade ? Por mim, opto por não racionalizar filosoficamente as " matérias" etéreas, difusas, imprecisas e misteriosas da mais ampla e total realidade. Sinto o que é a arte, quando como tal, emocionalmente, a percepciono. Mas não sei explicar geometricamente em que consiste uma obra de arte.Um enigma é um enigma. E é exactamente o que a obra de arte é.


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Percurso Fotográfico...


 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
Momentâneamente retirado da regular publicação de fotos, tenho, no entanto, laborado na criação de trabalhos fotográficos tendencialmente aproximativos a uma estética de primevas fotogravuras, a partir de captações de imagens em máquina digital, posteriormente trabalhadas em programas de edição de imagem. Processo lento, muito laborioso, mas também imensamente apaixonante, a que me tenho dedicado com renovado entusiasmo, de forma assaz selectiva e exigente.




António Manuel Catarino...





















 Há muito que admiro A.M. Catarino, pela elevada simplicidade da sua pessoa e pelo seu enorme talento para a Arte Fotográfica.
Passei a admirá-lo agora numa nova vertente da sua actividade:a de um grande escritor,que recentemente me obsequiou com um convite para comparecer na apresentação do seu extraordinário livro "Um", um ambicioso projecto conceptual, referenciado aos incontáveis números que rodeiam o cidadão comum no seu dia-a-dia, explorando a sua natureza enquanto elemento estruturante da identidade do homem contemporâneo.
Fiquei encantado com a possibilidade de ter estado presente, no passado sábado, na apresentação desse magnífico livro, no Clube Literário do Porto e com o convívio tão agradável com a cativante personalidade de A.M. Catarino.

Leunam Max...














Um grande amigo meu, enorme talento para a Arte Digital e um excelente ser humano.A " decepção dos Anjos-Ensaio sobre a Miséria", de Leunam Max, que aqui publico, é um Trabalho de superior envergadura conceptual e estética de que imensamente gostei.

A Sociologia da Arte...

A Sociologia da Arte procura investigar a correlação existente entre os diversos quadros sociais, historicamente contextualizados, e a produção dos múltiplos fenómenos artísticos. Jean Duvignaud, entre outros sociólogos, procurou analisar toda a forma de variação artística em função desses específicos quadros sociais,nos quais se situa o indivíduo ou o grupo que propõe determinada estética. No entanto, importa notar que certas obras de arte possuem um valor artístico que independe do quadro social onde são criadas. Para essas peças, há uma comunicação intemporal,ou, como refere, o mencionado sociólogo, uma" corrente emocional" que justifica a descontinuidade da suposta prevalência dos quadros sociais ao lado do critério subjectivo de avaliação dos distintos públicos.
A foto de Cindy Sherman, anteriormente publicada, coloca, a meu ver, uma questão interessantíssima:
Quais os elementos de configuração social que atribuem a uma determinada obra artística um concreto valor mercantil, tendo em conta a comparação relativa que se pode sempre estabelecer com outras obras artísticas, merecedoras de uma avaliação de estética superior, mas com valoração de mercadoria económica manifestamente inferior ?
Esta questão remete-nos para uma reflexão cuidadosa das determinantes sociais e economicistas da Obra de Arte, que tenciono oportunamente desenvolver.

A Foto Mais Cara...












Esta foto de Cindy Sherman, designada Untitled #96″ foi considerada a mais cara de sempre, tendo sido vendida em Maio de 2011 num leilão da  Christie´s por US$3,89 milhões (  Três milhões, oitocentos e noventa mil dólares)
Tentando fugir à estética da fotografia tradicional, o seu trabalho é comparável ao de alguns artistas famosos como Barbara Kruger, Richard Prince e Jenny Holze. Cindy Sherman costumava fotografar-se incorporando vários estereótipos femininos, inspirada por filmes da série B dos anos 50. Foi nesta época que começou a fotografar a cores, produzindo imagens de grande dimensão concentrando-se na iluminação e na expressão facial.
Ao longo dos anos, o seu estilo sofre alterações. Em meados dos anos 80, o seu trabalho era composto por auto-retratos em cenários cuidadosamente preparados, traduzidos em fotografias onde tentava criar diferentes identidades, recorrendo a diversas máscaras, roupas e até partes de corpos de manequins. Mais tarde, os seus trabalhos começaram a assumir características violentas e mórbidas, inspirados em filmes de terror. A destruição e a decomposição passam a ser a sua imagem de marca.
Ao longo dos anos 80 e 90, trabalhou em campanhas publicitárias para designers de moda como Jean Paul Gaultier e Rei Kawakubo da Comme des Garçons, o que lhe permitiu dar a conhecer o seu trabalho internacionalmente.