quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Lasar Segall: Arte Humanista ...





















Lasar Segall ( 1891- 1957), pintor lituano que se radicou no Brasil, esteticamente empenhado na evocação pictórica de temas da marginalidade social, de que o seu lindíssimo " emigrantes" é exemplo eloquente. No entanto, preferi aqui editar o seu não menos belo par de " namorados".

"Outro " Salvador Dali...

Tal como Picasso, também Salvador Dali passou por várias fases estilísticas, como este magnífico " retrato de Hortênsia" bem demonstra.

Surpreendente Picasso...

























Não aprecio o Picasso da fase cubista, embora lhe reconheça um inesgotável e superlativo talento. Recentemente dele descobri esta pérola de pintura, de que imensamente gostei.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Paul Delvaux: Arte Superior...





















Paul Delvaux ( 1897- 1994), pintor belga, evoluiu de uma fase de realismo impressionista para outra de pendor mais marcadamente surrealista. Estive a ver com toda a atenção uma parte muito significativa das suas obras. E, não obstante ter gostado muito da sua fase " daliniana", confesso que fiquei profundamente encantado com a sua fase inicial.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Egon Schiele: Artista Genial





















Egon Schiele ( 12 de Junho de 1980 — 31 de Outubro de 1918) foi um pintor austríaco, identificado com o movimento expressionista,e, para mim, um artista genial

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Anthony Giddens: Sentido Da Modernidade...





















Anthony Giddens, sociólogo britânico, contesta a ideia de << pós - modernidade >> de Jean - Françóis Lyotard, considerando que o desaparecimento das supostas << grandes narrativas >> e o fim na crença no progresso e na omnipotência da ciência e da razão, tal como postulou o filósofo francês, se traduziria numa visão, muito parcial,da nossa época.

Giddens, contrariamente a Lyotard, enfatiza a ideia de que vivemos a << radicalização >> da modernidade, traduzida na globalização do capitalismo à escala planetária, na emergência da economia da informação e das transformações ligadas ao progresso da ciência e da tecnologia, e na acentuada divulgação dos ideias da democracia.

Giddens considera que essas tendências são as forças fundamentais que guiam a mudança das sociedades, catalogando-as de << motores da modernidade >>, sustentando ainda que " vivemos uma transição para uma sociedade cosmopolita global impulsionada pelas forças do mercado, as mudanças tecnológicas e as mutações culturais. Esta sociedade mundial não é dirigida pela vontade colectiva. A modernidade é uma espécie de << máquina louca >> que prossegue no seu caminho indiferente à vontade de cada um. Na aurora deste terceiro milénio, penso contudo que haverá uma viragem nas mentalidades. A vontade consciente de gerir conscientemente a mudança e de limitar, ou pelo menos, controlar, o livre mercado , vai voltar à ordem do dia. Essa é uma mudança significativa nas visões do mundo. É o que tento antecipar " ( Entrevista concedida a Jean - François Dortier e Martha Zuber )

Jean - François Lyotard: Pós - Modernidade...





















Jean - François Lyotard, filósofo francês, foi um pensador muito relevante na discussão sobre a temática da " pós- modernidade", considerando que esta nova época se caraterizaria como o fim das metanarrativas, entendidas como visões totalizantes da história, como o idealismo, o iluminismo e o marxismo, as mundividências de caráter religioso, ou as teorias feministas.Lyotard, para a elaboração da sua conceção filosófica, partiu do pressuposto que a crescente complexidade das relações sociais,a multiplicação de centros de decisão e o incremento de uma maior reflexividade social, determinou o fim da Modernidade, perspetivada como um saber globalizante, referenciado a um modelo uniforme de discurso, e de postulação de acontecimentos previsíveis. Esse filósofo alvitrou que, em sua substituição, teria emergido um novo modelo, catalogado como "pós - modernidade", descrente na validade e eficácia dessas diversas metanarrativas, passando a enfatizar o reconhecimento de múltiplas formas de apreensão da realidade humana e social. No campo dos distintos saberes, Lyotard destacou a emergência da " paralogia", segundo a qual um bom saber é aquele que, reflexivamente, vai procurar aperceber-se das diversas anomalias concetuais e construindo novos e mais aprimorados conceitos.

domingo, 18 de setembro de 2011

Ludwig Wittgenstein : Valor do Silêncio...

                                                                            
" Sobre aquilo de que não se pode falar, deve calar-se"

  Wittgenstein,Tractatus, 7.

Ludwig Wittgenstein dedicou grande parte da sua vida ao estudo filosófico da linguagem e dos correspondentes significados. O único livro que publicou, o Tratactus Logico-Philosophicus, é consensualmente considerado como um marco na apreensão das condições lógicas que o pensamento e a linguagem devem observar para poderem representar o mundo.

No entanto, Wittgenstein não deixou de notar prudentemente que há zonas do pensamento que não estão ao alcance do rigor da linguagem, como a ética, a estética e a mística, tendo escrito a conhecida frase: "Sobre aquilo de que não se pode falar, deve calar-se"

Curioso como Buda e Wittgenstein acabam por se encontrar na dinâmica intelectual do processo reflexivo...

domingo, 11 de setembro de 2011

Paula Rego: " Arte Bruta"...





















Gosto imenso das pinturas de Paula Rego, mas esta revelação carece de alguma explicitação. Não colocaria nenhum quadro de Paula Rego nas paredes de minha casa, pese embora considerar genial a sua Obra. Quando aprecio qualquer trabalho artístico, a admiração que o mesmo me possa suscitar não implica necessariamente que gostasse de conviver quotidianamente com a respectiva exibição. Há, no caso específico de Paula Rego, uma narrativa estilística muito forte, os seus quadros possuem uma grande força impressiva, mas remetem normalmente para temáticas muito emocionalmente turbulentas, como sucede, por exemplo,com as suas pinturas " aborto" ou " possessão". A sua estética insere-se na corrente modernista comumente conhecida por " Arte Bruta", designação criada pelo artista Jean Duffubuet, que Paula Rego pessoalmente conheceu. Segundo Duffubuet, a Arte Pictórica não tinha que ser necessariamente agradável e deveria igualmente englobar um estilo mais cru, primitivo e bruto.Em minha opinião, Paula Rego conseguiu alcançar, com absoluta mestria, o desiderato dessa estética tão irreverente e acutilante.

Umberto Eco : História da Feiúra...





















O reputado semiólogo Umberto Eco possui uma produção intelectual notável. Recentemente, dele escutei uma intervenção na qual exprimiu as suas opiniões sobre o conceito de feiúra, sustentando que, na Idade Média, o inimigo era transformado em alguém feio. E que as mulheres feias facilmente eram tidas por bruxas. Mulheres belas e elegantes não corriam o risco de ir parar às fogueiras, estas estavam reservadas para as bruxas, que, nessa óptica específica, só poderiam ser feias e de inferior estatuto social. Eco invoca depois que, na Idade Contemporânea, os conceitos de Beleza e Feiúra se mesclam, dando o exemplo de Marilyn Monson como alguém que, em determinados círculos de apreciação estética, pode ser visto como indivíduo atraente. Por mim, por exemplo, considero totalmente desinteressante uma mulher com seios de silicone, mas reconheço que, para muitos homens, ainda um certo tipo de feminina voluptuosidade é aferido por padrões de grandes volumes de formas. Seja como for que se aprecie esta temática, fica a questão: o que é hoje esteticamente Belo e Feio? Qual a linha divisória que nos faz considerar alguém ou algo como contendo Beleza ou Feiúra? Ou não haverá linha divisória e poderemos apreciar simultâneamente uma pessoa ou um objecto como representando esses dois padrões, tão aparentemente distintos, mas porventura interligados?

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Roland Barthes : a Semiótica da Imagem...















A palavra " semiótica" provém etimologicamente do idioma grego e significa " a ótica dos sinais", procurando estudar sistematicamente  os signos , enquanto sistemas culturais significantes.Nutro um especial fascínio pelas mais diversas simbologias e representações mitológicas, considerando a imagem como uma das mais poderosas formas de densificação e comunicação de mensagens.

Será também o caso da fotografia, que suscitou em Roland Barthes uma profunda reflexão sobre o seu carácter eminentemente ideológico e simbólico. No seu livro " A Câmara Clara ", Barthes procurou indagar a estrutura da linguagem fotográfica. A fotografia eterniza um momento e uma imagem, ainda que esta não corresponda à verdade absoluta.

Joan Fontecuberta vai ainda mais longe, quando sustenta:" toda a fotografia é uma ficção que se apresenta como verdadeira. Contra o que nos inculcuram, contra o que costumamos pensar, a fotografia mente sempre, mente por instinto, mente porque a sua natureza porque a sua natureza não lhe permite fazer outra coisa. Contudo, o importante, em suma, é o controle exercido pelo fotógrafo para impor um sentido ético à sua mentira. O bom fotógrafo é o que mente bem a verdade". ( " O beijo de Judas", página 13).

Embora discorde desta posição radical de Fontecuberta, reconheço, como ele e Barthes, que a fotografia não é neutralmente " inocente" quanto aos conteúdos conceptuais que, implicitamente, visa transmitir, bem pelo contrário. Toda a imagem fotográfica traz consigo um referencial cultural e axiológico que se vai socialmente cruzando e " dialogando" com múltiplas formas de diversos sentidos.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Velhice...




















" Devemos aprender durante toda a vida sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice"

Platão

 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Alain Touraine e o Sentido da Vida...


 



















 " Hoje procuro mais o sentido da minha vida do que o sentido do mundo"
 Alain Touraine

 Alain Touraine, reputado sociólogo francês passou grande parte da sua carreira a estudar os movimentos colectivos, nomeadamente a problemática social do trabalho operário. A partir das suas reflexões, Touraine cria uma teoria geral das dinâmicas sociais e uma visão global da sociedade, na qual os actores sociais procuram impor o seu projeto, a que chama " historicidade". Nos anos 70, Touraine pondera que a sociedade industrial está em vias de dar lugar a uma nova sociedade: a sociedade pós- industrial, passando a considerar que o movimento operário já não é o grupo central nessa sociedade. No início dos anos 80, Alain Touraine passa a destacar que o interesse dos indivíduos começa a voltar-se mais para a " procura de si próprio" e para a busca de uma identidade pessoal do que para os movimentos colectivos, como enfatiza na sua obra " O Retorno do Actor", 1984. A sua conceção do sujeito social é a de um ator social que, detentor de valores, se compromete e não calcula sempre de forma prudente o saldo dos seus ganhos e perdas. Na década de 90, a doença e morte da sua mulher, provocou em Touraine uma revisão do seu conceito de sujeito, visto como ator coletivo e,ou, indivíduo.

 Numa entrevista registada por Jean - François Dortier, Touraine sintetiza deste modo a evolução do seu pensamento sociológico e filosófico:

" Em suma, resumirei assim as fases sucessivas da minha vida intelectual: durante o primeiro terço da minha vida, agitei a bandeira da industrialização e do movimento operário: No segundo terço, interessei-me sobretudo pelos movimentos sociais. Por fim, o último terço está orientado para a compreensão do sujeito"

E essa entrevista termina com uma posição completamente heterodoxa de Alain Touraine, quando irreverentemente afirma que " a organização social deve ser dirigida por princípios não sociais", acrescentando: "isso é verdadeiramente o contrário do pensamento das ciências sociais, de Maquiavel a Talcott Parsons, onde é a utilidade social, o bem comum que está acima do indivíduo. Assim, penso que devem ser valores morais a dominar a organização social"