sábado, 1 de outubro de 2011

Kathe Kolvitz ...





















Kathe Kolvitz ( 1867- 1945), pintora e escultora alemã,cuja arte reflecte os dramas humanos da fome, da guerra e da pobreza,autora de algumas obras de elevadíssimo talento,de que imensamente gostei.

Paula Modersohn-Becker...



















Pintora  alemã ( 1876 –1907), um grande vulto do expressionismo, infelizmente falecida com apenas 31 anos. Mas criadora de uma estética singular, muito bela e tocante.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Lasar Segall: Arte Humanista ...





















Lasar Segall ( 1891- 1957), pintor lituano que se radicou no Brasil, esteticamente empenhado na evocação pictórica de temas da marginalidade social, de que o seu lindíssimo " emigrantes" é exemplo eloquente. No entanto, preferi aqui editar o seu não menos belo par de " namorados".

"Outro " Salvador Dali...

Tal como Picasso, também Salvador Dali passou por várias fases estilísticas, como este magnífico " retrato de Hortênsia" bem demonstra.

Surpreendente Picasso...

























Não aprecio o Picasso da fase cubista, embora lhe reconheça um inesgotável e superlativo talento. Recentemente dele descobri esta pérola de pintura, de que imensamente gostei.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Paul Delvaux: Arte Superior...





















Paul Delvaux ( 1897- 1994), pintor belga, evoluiu de uma fase de realismo impressionista para outra de pendor mais marcadamente surrealista. Estive a ver com toda a atenção uma parte muito significativa das suas obras. E, não obstante ter gostado muito da sua fase " daliniana", confesso que fiquei profundamente encantado com a sua fase inicial.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Egon Schiele: Artista Genial





















Egon Schiele ( 12 de Junho de 1980 — 31 de Outubro de 1918) foi um pintor austríaco, identificado com o movimento expressionista,e, para mim, um artista genial

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Anthony Giddens: Sentido Da Modernidade...





















Anthony Giddens, sociólogo britânico, contesta a ideia de << pós - modernidade >> de Jean - Françóis Lyotard, considerando que o desaparecimento das supostas << grandes narrativas >> e o fim na crença no progresso e na omnipotência da ciência e da razão, tal como postulou o filósofo francês, se traduziria numa visão, muito parcial,da nossa época.

Giddens, contrariamente a Lyotard, enfatiza a ideia de que vivemos a << radicalização >> da modernidade, traduzida na globalização do capitalismo à escala planetária, na emergência da economia da informação e das transformações ligadas ao progresso da ciência e da tecnologia, e na acentuada divulgação dos ideias da democracia.

Giddens considera que essas tendências são as forças fundamentais que guiam a mudança das sociedades, catalogando-as de << motores da modernidade >>, sustentando ainda que " vivemos uma transição para uma sociedade cosmopolita global impulsionada pelas forças do mercado, as mudanças tecnológicas e as mutações culturais. Esta sociedade mundial não é dirigida pela vontade colectiva. A modernidade é uma espécie de << máquina louca >> que prossegue no seu caminho indiferente à vontade de cada um. Na aurora deste terceiro milénio, penso contudo que haverá uma viragem nas mentalidades. A vontade consciente de gerir conscientemente a mudança e de limitar, ou pelo menos, controlar, o livre mercado , vai voltar à ordem do dia. Essa é uma mudança significativa nas visões do mundo. É o que tento antecipar " ( Entrevista concedida a Jean - François Dortier e Martha Zuber )

Jean - François Lyotard: Pós - Modernidade...





















Jean - François Lyotard, filósofo francês, foi um pensador muito relevante na discussão sobre a temática da " pós- modernidade", considerando que esta nova época se caraterizaria como o fim das metanarrativas, entendidas como visões totalizantes da história, como o idealismo, o iluminismo e o marxismo, as mundividências de caráter religioso, ou as teorias feministas.Lyotard, para a elaboração da sua conceção filosófica, partiu do pressuposto que a crescente complexidade das relações sociais,a multiplicação de centros de decisão e o incremento de uma maior reflexividade social, determinou o fim da Modernidade, perspetivada como um saber globalizante, referenciado a um modelo uniforme de discurso, e de postulação de acontecimentos previsíveis. Esse filósofo alvitrou que, em sua substituição, teria emergido um novo modelo, catalogado como "pós - modernidade", descrente na validade e eficácia dessas diversas metanarrativas, passando a enfatizar o reconhecimento de múltiplas formas de apreensão da realidade humana e social. No campo dos distintos saberes, Lyotard destacou a emergência da " paralogia", segundo a qual um bom saber é aquele que, reflexivamente, vai procurar aperceber-se das diversas anomalias concetuais e construindo novos e mais aprimorados conceitos.

domingo, 18 de setembro de 2011

Ludwig Wittgenstein : Valor do Silêncio...

                                                                            
" Sobre aquilo de que não se pode falar, deve calar-se"

  Wittgenstein,Tractatus, 7.

Ludwig Wittgenstein dedicou grande parte da sua vida ao estudo filosófico da linguagem e dos correspondentes significados. O único livro que publicou, o Tratactus Logico-Philosophicus, é consensualmente considerado como um marco na apreensão das condições lógicas que o pensamento e a linguagem devem observar para poderem representar o mundo.

No entanto, Wittgenstein não deixou de notar prudentemente que há zonas do pensamento que não estão ao alcance do rigor da linguagem, como a ética, a estética e a mística, tendo escrito a conhecida frase: "Sobre aquilo de que não se pode falar, deve calar-se"

Curioso como Buda e Wittgenstein acabam por se encontrar na dinâmica intelectual do processo reflexivo...

domingo, 11 de setembro de 2011

Paula Rego: " Arte Bruta"...





















Gosto imenso das pinturas de Paula Rego, mas esta revelação carece de alguma explicitação. Não colocaria nenhum quadro de Paula Rego nas paredes de minha casa, pese embora considerar genial a sua Obra. Quando aprecio qualquer trabalho artístico, a admiração que o mesmo me possa suscitar não implica necessariamente que gostasse de conviver quotidianamente com a respectiva exibição. Há, no caso específico de Paula Rego, uma narrativa estilística muito forte, os seus quadros possuem uma grande força impressiva, mas remetem normalmente para temáticas muito emocionalmente turbulentas, como sucede, por exemplo,com as suas pinturas " aborto" ou " possessão". A sua estética insere-se na corrente modernista comumente conhecida por " Arte Bruta", designação criada pelo artista Jean Duffubuet, que Paula Rego pessoalmente conheceu. Segundo Duffubuet, a Arte Pictórica não tinha que ser necessariamente agradável e deveria igualmente englobar um estilo mais cru, primitivo e bruto.Em minha opinião, Paula Rego conseguiu alcançar, com absoluta mestria, o desiderato dessa estética tão irreverente e acutilante.

Umberto Eco : História da Feiúra...





















O reputado semiólogo Umberto Eco possui uma produção intelectual notável. Recentemente, dele escutei uma intervenção na qual exprimiu as suas opiniões sobre o conceito de feiúra, sustentando que, na Idade Média, o inimigo era transformado em alguém feio. E que as mulheres feias facilmente eram tidas por bruxas. Mulheres belas e elegantes não corriam o risco de ir parar às fogueiras, estas estavam reservadas para as bruxas, que, nessa óptica específica, só poderiam ser feias e de inferior estatuto social. Eco invoca depois que, na Idade Contemporânea, os conceitos de Beleza e Feiúra se mesclam, dando o exemplo de Marilyn Monson como alguém que, em determinados círculos de apreciação estética, pode ser visto como indivíduo atraente. Por mim, por exemplo, considero totalmente desinteressante uma mulher com seios de silicone, mas reconheço que, para muitos homens, ainda um certo tipo de feminina voluptuosidade é aferido por padrões de grandes volumes de formas. Seja como for que se aprecie esta temática, fica a questão: o que é hoje esteticamente Belo e Feio? Qual a linha divisória que nos faz considerar alguém ou algo como contendo Beleza ou Feiúra? Ou não haverá linha divisória e poderemos apreciar simultâneamente uma pessoa ou um objecto como representando esses dois padrões, tão aparentemente distintos, mas porventura interligados?

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Roland Barthes : a Semiótica da Imagem...















A palavra " semiótica" provém etimologicamente do idioma grego e significa " a ótica dos sinais", procurando estudar sistematicamente  os signos , enquanto sistemas culturais significantes.Nutro um especial fascínio pelas mais diversas simbologias e representações mitológicas, considerando a imagem como uma das mais poderosas formas de densificação e comunicação de mensagens.

Será também o caso da fotografia, que suscitou em Roland Barthes uma profunda reflexão sobre o seu carácter eminentemente ideológico e simbólico. No seu livro " A Câmara Clara ", Barthes procurou indagar a estrutura da linguagem fotográfica. A fotografia eterniza um momento e uma imagem, ainda que esta não corresponda à verdade absoluta.

Joan Fontecuberta vai ainda mais longe, quando sustenta:" toda a fotografia é uma ficção que se apresenta como verdadeira. Contra o que nos inculcuram, contra o que costumamos pensar, a fotografia mente sempre, mente por instinto, mente porque a sua natureza porque a sua natureza não lhe permite fazer outra coisa. Contudo, o importante, em suma, é o controle exercido pelo fotógrafo para impor um sentido ético à sua mentira. O bom fotógrafo é o que mente bem a verdade". ( " O beijo de Judas", página 13).

Embora discorde desta posição radical de Fontecuberta, reconheço, como ele e Barthes, que a fotografia não é neutralmente " inocente" quanto aos conteúdos conceptuais que, implicitamente, visa transmitir, bem pelo contrário. Toda a imagem fotográfica traz consigo um referencial cultural e axiológico que se vai socialmente cruzando e " dialogando" com múltiplas formas de diversos sentidos.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Velhice...




















" Devemos aprender durante toda a vida sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice"

Platão

 

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Alain Touraine e o Sentido da Vida...


 



















 " Hoje procuro mais o sentido da minha vida do que o sentido do mundo"
 Alain Touraine

 Alain Touraine, reputado sociólogo francês passou grande parte da sua carreira a estudar os movimentos colectivos, nomeadamente a problemática social do trabalho operário. A partir das suas reflexões, Touraine cria uma teoria geral das dinâmicas sociais e uma visão global da sociedade, na qual os actores sociais procuram impor o seu projeto, a que chama " historicidade". Nos anos 70, Touraine pondera que a sociedade industrial está em vias de dar lugar a uma nova sociedade: a sociedade pós- industrial, passando a considerar que o movimento operário já não é o grupo central nessa sociedade. No início dos anos 80, Alain Touraine passa a destacar que o interesse dos indivíduos começa a voltar-se mais para a " procura de si próprio" e para a busca de uma identidade pessoal do que para os movimentos colectivos, como enfatiza na sua obra " O Retorno do Actor", 1984. A sua conceção do sujeito social é a de um ator social que, detentor de valores, se compromete e não calcula sempre de forma prudente o saldo dos seus ganhos e perdas. Na década de 90, a doença e morte da sua mulher, provocou em Touraine uma revisão do seu conceito de sujeito, visto como ator coletivo e,ou, indivíduo.

 Numa entrevista registada por Jean - François Dortier, Touraine sintetiza deste modo a evolução do seu pensamento sociológico e filosófico:

" Em suma, resumirei assim as fases sucessivas da minha vida intelectual: durante o primeiro terço da minha vida, agitei a bandeira da industrialização e do movimento operário: No segundo terço, interessei-me sobretudo pelos movimentos sociais. Por fim, o último terço está orientado para a compreensão do sujeito"

E essa entrevista termina com uma posição completamente heterodoxa de Alain Touraine, quando irreverentemente afirma que " a organização social deve ser dirigida por princípios não sociais", acrescentando: "isso é verdadeiramente o contrário do pensamento das ciências sociais, de Maquiavel a Talcott Parsons, onde é a utilidade social, o bem comum que está acima do indivíduo. Assim, penso que devem ser valores morais a dominar a organização social"

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Filosofia da Arte...
























"A arte diz o indizível, exprime o inexprimível, traduz o   intraduzível"

       Leonardo da Vinci

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Temática Filosófica da Morte...


















" A morte é uma tragédia solitária"
 Soren Kierkegaard

Penso que as reflexões sobre Morte e o Mal figuram nas mais relevantes temáticas filosóficas. O Homem, há milénios, vem questionado a possibilidade de a vida ser um " continuum" existencial, para além do momento da morte física. Uns acreditam que sim, outros descrêem de qualquer ontológica possibilidade de existir uma dimensão humana, etérea, que sobreviva à morte física, e que se traduza na nossa consciência, mente ou natureza espiritual, imperecíveis. No entanto, a visão niilista de Kierkegaard só prevalecerá na ausência de convicção sobre a perpetuidade da existência, para além do momento das nossas físicas desagregações...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

José Gil e o Medo de Existir...





















"Hesitei muito antes de o publicar. Decidi  fazê-lo, porque
acho que estas coisas devem dizer-se publicamente, e não apenas em
circuitos fechados, como habitualmente. E também porque penso ter
encontrado um fio condutor, que dá unidade a tudo o que afirmo"

José Gil sobre " Portugal Hoje- O Medo de Existir"  

José Gil, filósofo português, tem sido extremamente cáustico na ênfase sobre as características dominantes do comportamento português: O Medo e a Inveja.

Não é fácil lermos algo de desprimoroso sobre o nosso próprio país, porém, embora descontando os erros de análise que possam decorrer da deriva generalizante de José Gil, por mim aprecio pessoas cáusticas mas justas.

E  José Gil teve o arrojo intelectual de não emparceirar nas vozes delicodoces do " políticamente correcto", para poder destacar as características mais perniciosas, segundo ele, do nosso renitente atavismo.

Afinal, há quantos anos permanecemos numa constante letargia económica e social, essa sim bem mais cáustica e impactante do que a rudeza analítica de José Gil ?...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Boaventura Sousa Santos:Ciência e Senso Comum...

 



















" O conhecimento científico pós- moderno só se realiza enquanto tal na medida em que se converte em senso comum" ( Boaventura Sousa Santos, " Um Discurso Sobre As Ciências", Afrontamento, página 57)

Esta é, sem dúvida, uma tese muito arrojada e polémica de Boaventura Sousa Santos, de que, confessadamente, não partilho. Grandes aquisições científicas foram e continuam a ocorrer contra o que comumente designamos por " senso comum". Esta forma de conhecimento mais vulgar descreve as convicções e proposições que aparecem como normais, sem dependerem de uma investigação detalhada para se alcançar verdades mais profundas como as científicas. Enquanto Galileu e Copérnico não tinham demonstrado a veracidade científica da teoria heliocêntrica, a Terra era, para o " senso comum", o centro do Universo e " obviamente" plana, o Universo seria " evidentemente" fechado e o topo da abóbada celeste o lugar onde Deus e os anjos residiriam. O " senso comum" não consegue discernir que não é possível captarmos o momento presente de uma onda a desfazer-se no areal de uma praia, dada a distância temporal que medeia entre a ocorrência desse acontecimento e a captação do mesmo pelo nosso cérebro. Mas , através do " senso comum", sabemos não ser prudente percorrermos uma floresta, em noite de trovoada, com adereços de metal no nosso corpo. No entanto, o " senso comum" não consegue equacionar que a energia total do Universo seja igual a zero, que a Terra gire à volta do Sol a 100.000 km/ hora, ou que o elétron possa ocupar simultâneamente mais do que uma dimensão espacial e temporal, como alguns físicos quânticos já admitem. Por isso, não antevejo como o conhecimento cientifico pós - moderno só se realize, enquanto tal, na medida em que se converta em senso comum, como postula Boaventura Sousa Santos, mormente porque o grau de sofisticação, em certas áreas científicas, é de tal forma complexo e intrincado que essa conversão em " senso comum" seria completamente inviável e inacessível...

Edgar Morin: A Ilusão e o Erro Humanos...















Edgar Morin é considerado um dos mais conceituados pensadores contemporâneos. No seu livro " Os sete saberes necessários à educação do futuro", ele atribui um especial destaque ao erro e à ilusão como elementos fundamentais do processo de aprendizagem.E enfoca-os no primeiro nível do saber, conferindo à ilusão, ao sonho, ao mundo psíquico, um especial papel na  configuração das nossas motivações para a aquisição do Conhecimento. Foi, aliás, a partir desse mecanismo de ideação que Einstein acabou por desenvolver a sua Teoria da Relatividade: quando, ainda criança, sonhou que viajara num raio de luz. Mais tarde, já com acrescida bagagem científica, verificou que,se fosse possível viajar a uma velocidade elevada, toda a nossa percepção do mundo se alteraria. Einstein nunca poderia cavalgar um raio de luz, dado o limite físico da sua intransponibilidade, mas, foi a partir desse sonho juvenil, que ele conseguiu transpor os supostos limites da física newtoniana, Einstein, contudo, cometeu um erro grave, quando, por via da introdução da forçada equação da " constante cosmológica", concebera um universo estático, que a verificação experimental de Hubble veio desmentir. Mas, se não tivesse sido a ilusão einsteiniana de pretender cavalgar um raio de luz, poderíamos ainda hoje conceber um tempo e espaço objectivamente separados e dar falsamente por adquirida uma visão menos grandiloquente e mágica da estrutura do Universo...

sábado, 30 de julho de 2011

Receita Para Um Poema Dadaísta...

 














Pegue num jornal
Pegue na tesoura
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar ao seu poema
Recorte o artigo
Recorte com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco
Agite suavemente
Tire em seguida cada pedaço um após outro
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco
O poema se parecerá com você
E ei-lo um escitor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa ainda que incompreendido do público

Tristan Tzara

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Damien Hirst : Supercriativo ou Plagiador ?





















 O Sunday Times calculou a  fortuna do artista britânico Damien Hirst, o mais proeminente representante dos Young Bristish Artists  em cerca 261 milhões de euros e as suas obras são normalmente avaliadas a preços só acessíveis a abastados magnatas.
    
"O seu trabalho mais icónico e polémico, The Physical Impossibility Of Death In the Mind Of Someone Living (Impossibilidade física da morte na mente de alguém vivo), um enorme tubarão tigre numa vitrina cheia de formaldeído, foi vendido em 2004 como a segunda obra mais cara de um artista em vida (depois de Jasper Johns), rondando os dez milhões de dólares. Em Agosto de 2007, este escultor vendeu por cem milhões de dólares, a obra 'Pelo amor de Deus', que consiste num crânio com mais de oito mil diamantes incrustados. O montante desta transacção é o mais alto pago até à data por uma obra de um artista vivo.

 A obra que dele publico intitula-se "Innocence Lost" e, provavelmente, valerá também um altíssimo montante mercantilista.

Quanto ao mérito intrínseco da sua obra, deixo ao critério avaliador de cada um julgá-la como entender.

Damien Hirst tem vindo a ser sistematicamente acusado de plagiar diversos trabalhos, como consta no texto de Charles Thomson, " The Art Damien Hirst Stole- a arte que Damien Hirst roubou.

Independentemente da veracidade ou falsidade dessa acusação,porém, também desta má fama, o polémico artista britânico não se livra.              

A Pop Art de Andy Warhol...

 



















 Andy Warhol, aprecie-se ou não a sua estética, tornou-se um dos nomes mais sonantes da chamada arte vanguardista. E as suas obras alcançaram os mais elevados patamares mercantilistas. No entanto, o crítico de arte australiano Robert Hughes chegou a proferir uma avaliação muito depreciativa da obra de Andy Warhol:


"Warhol foi uma das pessoas mais chatas que já conheci, pois era do tipo que não tinha nada a dizer. Sua obra também não me toca. Ele até produziu coisas relevantes no começo dos anos 60. Mas, no geral, não tenho dúvidas de que é a reputação mais ridiculamente superestimada do século XX"

Como quer que se avalie o mérito intrínseco dos trabalhos de Warhol, a verdade é esta:
Nunca nenhum artista moderno, como ele, almejou colocar as suas obras nos níveis mais elevados de valorização económica.

E a questão volta a ser esta: porquê ?

A " Fonte" de Marchel Duchamp...






















O urinol, intitulado " a Fonte", de Marchel Duchamp ( 28/7/1887 - 2/10/1968), considerado uma das peças mais importantes do Dadaísmo  foi avaliada, em 2006, como obra de arte, pelo mercantilizável valor de 3 milhões de euros.        

"A Fonte, obra que fez repercutir o nome de Duchamp ao redor do mundo - especialmente depois de sua morte -, está baseada nesse conceito de ready made: pensada inicialmente por Duchamp (que enviou-a com a assinatura "R. Mutt" -fábrica que produziu o urinol-, lida ao lado da peça) para figurar entre as obras a serem julgadas para um concurso de arte promovido nos Estados Unidos, a escultura foi rejeitada pelo júri, uma vez que, na avaliação deste, não havia nela nenhum sinal de labor artístico. Com efeito, trata-se de um urinol comum, branco e esmaltado, comprado numa loja de construção e assim mesmo enviado ao júri, entretanto, a despeito do gesto iconoclasta de Duchamp, há quem veja nas formas do urinol uma semelhança com as formas femininas, de modo que se pode ensaiar uma explicação psicanalítica, quando se tem em mente o membro masculino lançando urina sobre a forma feminina" ( citação extraída da Wikipédia)

Não aprecio tentativas de explicações rebuscadas como elementos de mediação de uma verdadeira Obra de Arte, e, por isso, não acompanho as considerações artificiosas de quem se exercite nesse tipo de elucubrações.

A " Fonte" de Marchel Duchamp aí está para ser apreciada ou depreciada, conforme o mérito ou demérito da sua intrínseca valia.No entanto, não é todos os dias que se pode contemplar um urinol de três milhões de euros.

Mas tanto valor economicista porquê ?

A Estética do Suprematismo...





















 Kasemir Malevich foi o autor da obra que aqui edito. Fundador do " Suprematismo", apelando para a Supremacia do Sentimento,na elaboração de trabalhos artísticos, quando Malevich apresentou o seu quadrado negro sobre fundo branco, afirmou:"eu sentia apenas noite dentro de mim, e foi então que concebi a nova arte, que chamei Suprematismo."
E aqui que dizer, perante o visionamento dessa pintura: Obra de Arte ou nem por isso ?

O Movimento Estético "De Stijl»





















 O movimento estético " De Stijl" surgiu na sequência das posições assumidas pelos pintores Theo Van Doesburg e Piet Mondrian, articuladas pela revista com o referido nome.
Esse movimento visou trabalhos de estrutura radicalmente abstracta, assentes predominantemente na fórmula- matriz do ângulo recto e das três cores primárias, completadas pelo preto, branco e cinzento, como instrumentos marcantes de composição.
O quadro que publico juntamente com este texto é um dos mais conhecidos de Piet Mondrian.

Obra de Arte ou pintura vulgar ? E quanto ao seu valor mercantilista, como aferi-lo pelos critérios da correcta avaliação económica ? Que linhas de composição social se cruzam nesta dinâmica rentabilista da Arte´?

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A Estética Neoplástica...





















Em que termos, de específica avaliação pecuniária, uma determinada obra artística pode alcançar um concreto valor mercantil , cogitei em texto anterior.

Na busca dessa solução interpretativa, socorro-me, nomeadamente, da pintura abstracta que agora publico.

Qual o seu autor ? Que concreto valor económico essa pintura obteria ?
Essa pintura é da autoria de Theo Van Doesburg, artista holandês  ( 30/8/1883 - 7/3/1931), representante da escola do Neoplasticismo e um dos fundadores da De Stijl, corrente estética que explicitarei no texto seguinte.

Por ora, limito-me a deixar esta questão à consideração de quem, sobre ela, desejar pronunciar-se: qual o valor artístico intrínseco da referida pintura de Van Doesburg ? Que valor pecuniário, como produto mercantilizável, a mesma poderia alcançar ?



quarta-feira, 27 de julho de 2011

Aristófanes e a Greve do Sexo...
















Aristófanes ( 447 a.c - 385 a.c. ), dramaturgo grego, é considerado o maior representante da Comédia Antiga.

Na época em que " Lisístrata" foi escrita, Atenas atravessava um período difícil de sua história. Abandonados por seus aliados, os atenienses tinham ao redor das muralhas de suas cidades as tropas de Esparta. Essa luta fratricida enfraquecia a Grécia, pondo-a à mercê dos Persas e Medos. A peça de Aristófanes, faz uma crítica severa a essa guerra, envolvendo as mulheres das cidades gregas na Guerra de Peloponeso. Lideradas pela ateniense Lisístrata, decidem instituir uma greve de sexo até que os seus maridos parem a luta e estabeleçam a paz. No final, graças às mulheres, as duas cidades celebram finalmente a harmonia reinante.

A comédia é verdadeiramente deliciosa e escrita num estilo extremamente cativante.

Será que, descontada a devida ironia, essa estratégia pacifista daria hoje resultados positivos na extinção dos mais diversos conflitos? 

Tentar não custa...

domingo, 24 de julho de 2011

Iman Maleki...




Pintor iraniano, mestre do hiper-realismo, que imensamente aprecio.

sábado, 23 de julho de 2011

Arte Oriental...

O Enigma da Obra de Arte...













 No meu anterior texto " Sociologia da Arte " equacionei "quais os elementos de configuração social que atribuem a uma determinada obra artística um concreto valor mercantil, tendo em conta a comparação relativa que se pode sempre estabelecer com outras obras artísticas. merecedoras de uma avaliação de estética superior, mas com valoração de mercadoria económica manifestamente inferior ?
Esta questão remete-nos para uma reflexão cuidadosa das determinantes sociais e economicistas da Obra de Arte, que tenciono oportunamente desenvolver". Mas antes de tentar opinar sobre esta questão específica, gostaria de ponderar sobre a definição do conceito de obra de arte, a partir da seguinte reflexão: quando é que uma certa obra artística se pode considerar ter alcançado o patamar superior de uma verdadeira obra de arte ? Será que as pinturas-sapatos de Van Gogh, que ilustram este texto são todas elas obras de arte ou " apenas" muito boas imagens pictóricas ? E porquê, qualquer que seja a resposta que entendamos perfilhar àcerca desta questão ? Para mim, olhando para essas excepcionais pinturas, não tenho dúvidas em considerá-las todas como obras de arte.Mas qual o critério concreto da minha aferição que assim me possibilita considerá-las ? O filósofo Martin Heidegger, no seu livro " A Origem da Obra de Arte" enfatizou que a obra de arte constituía um " acontecimento de verdade", sustentando o seguinte entendimento: " tentamos dar alguns passos ao pormos a questão àcerca da obra de arte. Trata-se de pôr à prova o carácter da obra da obra. Aquilo que a palavra origem quer dizer é pensado a partir da essência da verdade". E depois, Heidegger emite uma frase lapidarmente assertiva: " a tarefa consiste em ver o enigma", da obra de arte. Mas que verdade concreta poderia caracterizar a arte como um evento de verdade ? Por mim, opto por não racionalizar filosoficamente as " matérias" etéreas, difusas, imprecisas e misteriosas da mais ampla e total realidade. Sinto o que é a arte, quando como tal, emocionalmente, a percepciono. Mas não sei explicar geometricamente em que consiste uma obra de arte.Um enigma é um enigma. E é exactamente o que a obra de arte é.


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Percurso Fotográfico...


 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
Momentâneamente retirado da regular publicação de fotos, tenho, no entanto, laborado na criação de trabalhos fotográficos tendencialmente aproximativos a uma estética de primevas fotogravuras, a partir de captações de imagens em máquina digital, posteriormente trabalhadas em programas de edição de imagem. Processo lento, muito laborioso, mas também imensamente apaixonante, a que me tenho dedicado com renovado entusiasmo, de forma assaz selectiva e exigente.




António Manuel Catarino...





















 Há muito que admiro A.M. Catarino, pela elevada simplicidade da sua pessoa e pelo seu enorme talento para a Arte Fotográfica.
Passei a admirá-lo agora numa nova vertente da sua actividade:a de um grande escritor,que recentemente me obsequiou com um convite para comparecer na apresentação do seu extraordinário livro "Um", um ambicioso projecto conceptual, referenciado aos incontáveis números que rodeiam o cidadão comum no seu dia-a-dia, explorando a sua natureza enquanto elemento estruturante da identidade do homem contemporâneo.
Fiquei encantado com a possibilidade de ter estado presente, no passado sábado, na apresentação desse magnífico livro, no Clube Literário do Porto e com o convívio tão agradável com a cativante personalidade de A.M. Catarino.

Leunam Max...














Um grande amigo meu, enorme talento para a Arte Digital e um excelente ser humano.A " decepção dos Anjos-Ensaio sobre a Miséria", de Leunam Max, que aqui publico, é um Trabalho de superior envergadura conceptual e estética de que imensamente gostei.

A Sociologia da Arte...

A Sociologia da Arte procura investigar a correlação existente entre os diversos quadros sociais, historicamente contextualizados, e a produção dos múltiplos fenómenos artísticos. Jean Duvignaud, entre outros sociólogos, procurou analisar toda a forma de variação artística em função desses específicos quadros sociais,nos quais se situa o indivíduo ou o grupo que propõe determinada estética. No entanto, importa notar que certas obras de arte possuem um valor artístico que independe do quadro social onde são criadas. Para essas peças, há uma comunicação intemporal,ou, como refere, o mencionado sociólogo, uma" corrente emocional" que justifica a descontinuidade da suposta prevalência dos quadros sociais ao lado do critério subjectivo de avaliação dos distintos públicos.
A foto de Cindy Sherman, anteriormente publicada, coloca, a meu ver, uma questão interessantíssima:
Quais os elementos de configuração social que atribuem a uma determinada obra artística um concreto valor mercantil, tendo em conta a comparação relativa que se pode sempre estabelecer com outras obras artísticas, merecedoras de uma avaliação de estética superior, mas com valoração de mercadoria económica manifestamente inferior ?
Esta questão remete-nos para uma reflexão cuidadosa das determinantes sociais e economicistas da Obra de Arte, que tenciono oportunamente desenvolver.

A Foto Mais Cara...












Esta foto de Cindy Sherman, designada Untitled #96″ foi considerada a mais cara de sempre, tendo sido vendida em Maio de 2011 num leilão da  Christie´s por US$3,89 milhões (  Três milhões, oitocentos e noventa mil dólares)
Tentando fugir à estética da fotografia tradicional, o seu trabalho é comparável ao de alguns artistas famosos como Barbara Kruger, Richard Prince e Jenny Holze. Cindy Sherman costumava fotografar-se incorporando vários estereótipos femininos, inspirada por filmes da série B dos anos 50. Foi nesta época que começou a fotografar a cores, produzindo imagens de grande dimensão concentrando-se na iluminação e na expressão facial.
Ao longo dos anos, o seu estilo sofre alterações. Em meados dos anos 80, o seu trabalho era composto por auto-retratos em cenários cuidadosamente preparados, traduzidos em fotografias onde tentava criar diferentes identidades, recorrendo a diversas máscaras, roupas e até partes de corpos de manequins. Mais tarde, os seus trabalhos começaram a assumir características violentas e mórbidas, inspirados em filmes de terror. A destruição e a decomposição passam a ser a sua imagem de marca.
Ao longo dos anos 80 e 90, trabalhou em campanhas publicitárias para designers de moda como Jean Paul Gaultier e Rei Kawakubo da Comme des Garçons, o que lhe permitiu dar a conhecer o seu trabalho internacionalmente.